terça-feira, 18 de dezembro de 2012

RESUMÃO DE LITERATURA - 1ª SÉRIE (ENSINO MÉDIO) - PROFº SD ALEXANDRE


RESUMÃO PARA PROVA FINAL DE LITERATURA – 1ª SÉRIE (ENSNO MÉDIO)
PROFº SD ALEXANDRE
O QUE É LITERATURA:

Há várias definições para literatura:
a)É o conjunto de obras escritas de um povo com preocupações estéticas;
b)É saber usar a língua artísticamente, deixando transparecer a beleza, a harmonia e o estilo próprio de cada autor;
c)Escrever um texto artísticamente e com beleza.

A literatura procura mostrar o valor de um povo, seu sofrimento, seus anseios, alegrias, a descrição do país, suas lendas, crendices, tradições, etc.

Todos os países possuem e possuíram uma literatura. Assim temos a literatura grega, a latina, a italiana, a brasileira.

Quem,por exemplo, já não ouviu falar em Romeu e Julieta, Branca de Neve, Chapeuzinho Vermelho, Rei Édipo, Os Três Mosqueteiros? Não teríamos nada disso se não fosse a literatura.

.A LINGUAGEM OU TEXTO LITERÁRIA (O)  E A NÃO LITERÁRIA (O):

A linguagem literária é bem diferente da linguagem não-literária. A linguagem literária é bela, emotiva, sentimental, trazendo as figuras de linguagem como a metáfora, a metonímia, a inversão,etc. Apresenta o fantástico que precisa ser descoberto através de uma leitura atenta.

A linguagem não-literária é própria para a transmissão do conhecimento, da informação, no âmbito das necessidades da comunicação social. É a língua na sua função pragmática, empregada pela ciência, pela técnica, pelo jornalismo, pela conversação entre os falantes.

Podemos estabelecer o seguinte confronto entre as duas formas:

LINGUAGEM LITERÁRIA LINGUAGEM NÃO-LITERÁRIA
Intralinguística Extralinguística
ambígua claro-exata
conotação denotação
sugestão precisão
transfiguração da realidade realidade
subjetiva objetiva
ordem inversa ordem direta

GÊNEROS LITERÁRIOS:

O estudo dos gêneros literários preocupa-se em agrupar as diversas modalidades de expressão literária pelas suas características de forma e conteúdo. Cada gênero pressupõe uma técnica, um estilo, um modo de ser do artista. A classificação básica dos gêneros compreende: o lírico, o épico e o dramático.

A)Gênero Lírico - Na Grécia Antiga a poesia era declamada ao som da lira, daí a origem da palavra lírico. Pela tradição literária esse instrumento passou a simbolizar a poesia.

No gênero lírico predomina o sentimento, a emoção, a subjetividade, a expressão do EU. É a manifestação do mundo interior através de uma visão pessoal do mundo.

O tema lírico por excelência é o amor, os demais lhe são,de certa forma correlatos: a solidão, a angústia, a saudade, a tristeza.
A linguagem lírica prima pela elaboração artística, mostra-se densamente metafórica, explora a sonoridade e o arranjo das palavras.

O lirismo identifica-se com a própria poesia, mas pode ocorrer num romance, num filme, num quadro e em outras formas de arte.

b)Gênero Dramático - A palavra drama em grego significa ação. O gênero dramático abrange os textos em forma de diálogo destinados à encenação.

Os fatos não são narrados como num romance, posto que os autores assumem papel das personagens diante de um público que assim é envolvido com os acontecimentos.

Uma peça é uma obra literária enquanto texto destinado à leitura. Por outro lado, enquanto espetáculo teatral depende dos meios técnicos empregados na apresentação: imposição de voz, maquilagem, cenário, figurino, iluminação.

c)Gênero épico ou Narrativo - Ao gênero narrativo pertencem aqueles textos em que alguém narra uma história, procurando retratar o mundo exterior.

Na antiguidade a forma narrativa consagrada era a épica em que se faziam relatos de versos sobre as origens das nacionalidades, os acontecimentos históricos que mudaram o curso da humanidade. Os heróis épicos eram personagens históricas ou semideuses que se destacaram por excepcionais façanhas. Cumpre ressaltar as mais célebres epopéias: a
Ilíada e a Odisséia de Homero; a Eneida de Vergílio; Os Lusíadas de Camões.

As formas narrativas modernas resultam da evolução do gênero épico. São elas: o romance, o conto, a novela e a crônica. O romance e a novela apresentam uma estrutura de múltiplos conflitos, em que se caracteriza a pluralidade de ações. Em contrapartida, o conto gira em torno de um único conflito, decorre disso a unidade de ações. A crônica, nascida das colunas dos jornais, exploram fatos da atualidade.


ESCOLAS LITERÁRIRIAS OU MOVIMENTOS LITERÁRIOS.

TROVADORISMO
Podemos dizer que o trovadorismo foi a primeira manifestação literária da língua portuguesa. Surgiu no século XII, em plena Idade Média, período em que Portugal estava no processo de formação nacional.
O marco inicial do Trovadorismo é a “Cantga da Ribeirinha” (conhecida também como “Cantiga da Garvaia”), escrita por Paio Soares de Taveirós no ano de 1189. Esta fase da literatura portuguesa vai até o ano de 1418, quando começa o Quinhentismo.
Na lírica medieval, os trovadores eram os artistas de origem nobre, que compunham e cantavam, com o acompanhamento de instrumentos musicais, as cantigas (poesias cantadas). Estas cantigas eram manuscritas e reunidas em livros, conhecidos como Cancioneiros. Temos conhecimento de apenas três Cancioneiros. São eles: “Cancioneiro da Biblioteca”, “Cancioneiro da Ajuda” e “Cancioneiro da Vaticana”.Os trovadores de maior destaque na lírica galego-portuguesa são: Dom Duarte, Dom Dinis, Paio Soares de Taveirós, João Garcia de Guilhade, Aires Nunes e Meendinho.No trovadorismo galego-português, as cantigas são divididas em: Satíricas (Cantigas de Maldizer e Cantigas de Escárnio) e Líricas (Cantigas de Amor e Cantigas de Amigo). Cantigas de Maldizer: através delas, os trovadores faziam sátiras diretas, chegando muitas vezes a agressões verbais. Em algumas situações eram utilizados palavrões. O nome da pessoa satirizada podia aparecer explicitamente na cantiga ou não.Cantigas de Escárnio: nestas cantigas o nome da pessoa satirizada não aparecia. As sátiras eram feitas de forma indireta, utilizando-se de duplos sentidos.Cantigas de Amor: neste tipo de cantiga o trovador destaca todas as qualidades da mulher amada, colocando-se numa posição inferior (de vassalo) a ela. O tema mais comum é o amor não correspondido. As cantigas de amor reproduzem o sistema hierárquico na época do feudalismo, pois o trovador passa a ser o vassalo da amada (suserana) e espera receber um benefício em troca de seus “serviços” (as trovas, o amor dispensado, sofrimento pelo amor não correspondido).Cantigas de Amigo: enquanto nas Cantigas de Amor o eu-lírico é um homem, nas de Amigo é uma mulher (embora os escritores fossem homens). A palavra amigo nestas cantigas tem o significado de namorado. O tema principal é a lamentação da mulher pela falta do amado. 



 HUMANISMO
A poesia conhece um período de decadência nos anos de 1400, estando toda a produção poética do período ligada aoCancioneiro geral, organizado por Garcia de Resende. Essa poesia, por se desenvolver no ambiente palaciano, é conhecida como poesia palaciana.
O Humanismo é um período muito rico no desenvolvimento da prosa, graças ao trabalho dos cronistas, notadamente de Fernão Lopes, considerado o iniciador da historiografia portuguesa. Outra manifestação importantíssima que se desenvolve no Humanismo já no inicio do século XVI, é o teatro popular, com a produção de Gil Vicente.
Tanto as crônicas históricas como o próprio teatro vicentino estão intimamente relacionados com as profundas transformações políticas, econômicas e sociais verificadas em Portugal no final do século XIV e em todo o século XV.
O Humanismo, ou 2ª Época Medieval, corresponde ao período que vai desde a nomeação de Fernão Lopes para o cargo de cronista-mor da Torre do Tombo, em 1434, até o retorno de Sá de Miranda da Itália, introduzindo em Portugal a nova estética clássica, no ano de 1527.
O Humanismo marca toda a transição de um Portugal caracterizado por valores puramente medievais para uma nova realidade mercantil, em que se percebe a ascensão dos ideais burgueses. A economia de subsistência feudal é substituída pelas atividades comerciais; inicia-se uma retomada da cultura clássica, esquecida durante a maior parte da Idade Média; ao lado do pensamento teocêntrico medieval, começa a surgir uma nova visão do mundo que coloca o homem como centro das atenções (antropocentrismo).

 QUINHENTISMO
Representa a fase inicial da literatura brasileira, pois ocorreu no começo da colonização. Representante da Literatura Jesuíta ou de Catequese, destaca-se Padre José de Anchieta com seus poemas, autos, sermões cartas e hinos. O objetivo principal deste padre jesuíta, com sua produção literária, era catequizar os índios brasileiros. Nesta época, destaca-se ainda Pero Vaz de Caminha, o escrivão da frota de Pedro Álvares Cabral. Através de suas cartas e seu diário, elaborou uma literatura de Informação ( de viagem ) sobre o Brasil. O objetivo de Caminha era informar o rei de Portugal sobre as características geográficas, vegetais e sociais da nova terra.
Essa época foi marcada pelas oposições e pelos conflitos espirituais. Esse contexto histórico acabou influenciando na produção literária, gerando o fenômeno do barroco. As obras são marcadas pela angústia e pela oposição entre o mundo material e o espiritual.  Metáforas, antíteses e hipérboles são as figuras de linguagem mais usadas neste período. Podemos citar como principais representantes desta época: Bento Teixeira, autor de Prosopopéia; Gregório de Matos Guerra ( Boca do Inferno ), autor de várias poesias críticas e satíricas; e padre Antônio Vieira, autor de Sermão de Santo Antônio ou dos Peixes.

 BARROCO
O período do Barroco, na Europa, compreendido entre o final do século XVI até o século XVIII, teve seu ponto culminante como acontecimento universal durante o século XVII. Historicamente ligadas à Contra-Reforma, as manifestações barrocas no terreno da pintura, escultura, arquitetura (nas edificações de igrejas) e na literatura traduzem as crises, as dúvidas, a ambigüidade de sentimentos - o dualismo - por que passava o homem, angustiado entre forças do espírito e as forças do mundo.
Nas artes plásticas, principalmente nas de conteúdo sacro, notam-se as maiores diferenças estéticas - as distorções, os ornamentos exagerados - a tentativa de reunir numa só forma o humano e o divino. Na literatura, esses contrastes apresentavam-se por via de um vocabulário rebuscado, conceitual, nos temas de "vida versus morte", nos paradoxos etc.
Dentro desse período, a literatura brasileira, como tal, tem os primeiros passos para sua definição, principalmente através da obra dos jesuítas.
A publicação do poema épico Prosopopéia (1601), de Bento Teixeira, é considerada como documento histórico e marco referencial de nossas atividades literárias.
Entre os nomes mais representativos de nossa literatura nessa época, encontramos Gregório de Matos Guerra e Padre Antônio Vieira:
- Gregório de Matos Guerra, outro baiano, foi grande expressão barroca da literatura brasileira. Suas obras trazem a carga do conflito e da contradição na mistura do sensual com o religioso, dos valores místicos com os carnais. Na poesia, abrange os temas sacros, satíricos e amorosos, utilizando-se, com incrível propriedade, de todos os recursos que a linguagem escrita pode oferecer. Popularizou-se com a sátira, através da qual atacava e ridicularizava a sociedade colonial, a Igreja e o Governo. Isso lhe valeu o apelido de "O Boca do Inferno" e também um exílio temporário em Angola. De volta ao Brasil, fixou-se no Recife até seus últimos dias.
- Padre Antônio Vieira, nascido em Lisboa, veio muito jovem para o Brasil e aqui faleceu em 1697, na Bahia. Com Vieira, nossa arte literária alcança seu clímax. A versatilidade da linguagem, o engenho do estilo, o perfeito manejo dos recurso lingüísticos, aliados à erudição e ao excepcional dom da oratória, tudo isso concede-lhe o título de maior figura no âmbito da literatura sacra do século XVII.
Grande escritor, missionário, pregador e político, tornou-se famoso por toda a Europa. Suas Cartas, bem como seus magistrais Sermões, constituem verdadeiras preciosidades da literatura em língua portuguesa no Brasil.

ARCADISMOS
O século XVIII é marcado pela ascensão da burguesia e de seus valores. Esse fato influenciou na produção da obras desta época. Enquanto as preocupações e conflitos do barroco são deixados de lado, entra em cena o objetivismo e a razão. A linguagem complexa é trocada por uma linguagem mais fácil. Os ideais de vida no campo são retomados (fugere urbem = fuga das cidades ) e a vida bucólica passa a ser valorizada, assim como a idealização da natureza e da mulher amada. As principais obras desta época são: Obra Poética de Cláudio Manoel da Costa, O Uraguai de Basílio da Gama, Cartas Chilenas e Marília de Dirceu de Tomás Antonio Gonzaga, Caramuru de Frei José de Santa Rita Durão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário